sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Dove Day

São Paulo - Na semana em que se comemora o Dia das Crianças (12/10), e o Dia da Garota (11/10), Dove, marca comprometida a encorajar e inspirar mulheres em todo o mundo, relança no país o projeto Dove Autoestima, que tem como missão ajudar a próxima geração a desenvolver uma relação positiva com sua aparência, crescendo livre de estereótipos de beleza e tornando-se mais confiante.


Por meio de workshops e materiais didáticos, o projeto ensina a elevar a autoestima de crianças (principalmente meninas) de 7 a 14 anos. No mundo, mais de 13 milhões já foram impactadas com a ação, e a meta é que até o próximo ano esse número cresça para 15 milhões.

Desenvolvido com a colaboração de pais, mães e especialistas, o programa educativo do projeto é aprovado por um conselho consultivo que tem como diretora a Dra. Susie Orbach, psicoterapeuta, escritora e cofundadora do Centro de Terapia da Mulher de Londres e do centro de Terapia do Instituto da Mulher, em Nova York.

No país, Dove Autoestima conta com a parceria da Federação de Bandeirantes do Brasil, Instituição de ensino não formal, que, há 95 anos, atua na educação para a cidadania ativa de meninas e meninos. O objetivo da parceria é amplificar as mensagens do projeto, treinando os líderes da instituição para levar os workshops Dove Autoestima para mais de 9.500 crianças, em 14 estados. Além da Federação, a marca já fez aproximações e disponibilizou o material didático para outras instituições como o Projeto Arrastão e a ABRINQ.

"Sabemos como as meninas se sentem pressionadas em relação à aparência, e o quanto é importante abordar a questão da autoestima desde cedo para que elas se tornem mulheres confiantes no futuro. Estamos consolidando parcerias para que nossa mensagem chegue ao maior número de garotas. Nossa meta é impactar 25 mil crianças e adolescentes no Brasil até 2015," afirma o diretor de marketing da marca, Eduardo Campanella.

Em 2010, a marca Dove realizou o estudo global "A Real Verdade sobre a Beleza",entrevistando 1.200 meninas de idades ente 10 e 17 anos de seis países: Brasil, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Alemanha e Rússia. Das meninas que participaram, 60% evitam certas atividades porque se sentem mal por sua aparência. Por exemplo, 19% não participam de times ou clubes, 23% não vão a piscinas ou praia, 13% evitam expor opiniões e 15% não vão para a escola.

Ação social - Dove Day

Uma das principais atividades do Projeto Dove Autoestima é o Dove Day, que acontece esta semana em 26 países, entre eles Brasil, EUA, Inglaterra e Rússia. A ação conta com a participação de funcionários voluntários da Unilever, que destinam algumas horas do seu dia de trabalho para participar de workshops junto às crianças e adolescentes de escolas parceiras.

No Brasil, o Dove Day aconteceu no dia 9 de outubro, em São Paulo (SP), e contou com a parceria do SESI Ipiranga e do Colégio Santa Amália – Unidade Saúde. Cerca de 100 funcionários da companhia se voluntariaram para participar da ação, que atingiu cerca de 500 alunos das duas escolas.

"O Dove Day é uma chance de dividir nossas experiências e incentivar crianças e adolescentes a serem mais confiantes. Queremos que essas meninas se transformem em mulheres felizes, livres de estereótipos de beleza equivocados e do peso da insegurança. É muito gratificante participar ativamente do projeto", afirma Gilson Aguiar, coordenador de marketing de Dove e um dos voluntários da ação.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O "segredo" do sucesso



Você chega cedo ao trabalho, entrega tudo no prazo, se dá bem com seus colegas e conhece os processos como ninguém. Ainda assim, está há anos no mesmo cargo, fazendo o arroz com feijão de sempre. De repente, chega um novato na área. Ele é jovem, tem as roupas da moda, se deu bem com a chefia e, pior, começou a abocanhar os melhores projetos. Em 6 meses lá está ele, promovido, na vaga que deveria ser sua. Em dois anos, ele virou seu chefe. No fim, você teve de reconhecer o talento do novato e aceitar que você não nasceu para ser chefe. Mas será que é isso mesmo? O que as pessoas bem-sucedidas têm que você não tem? A resposta, dolorida, é: nada. Absolutamente nada. Seu chefe, o dono da empresa, o Kaká e o presidente Lula não vieram ao mundo com um sinal gravado nos genes que diga: eu nasci para brilhar. Muito menos têm um talento inato que você não possui. Para desespero dos medíocres da nação, a ciência está descobrindo que todo mundo (e isso inclui você) teria potencial para ser a bolacha mais recheada do pacote. Aqui você vai descobrir como - e o que pode dar errado no meio do caminho.

É difícil se acostumar com a ideia de que nascemos todos com as mesmas chances de brilhar. Principalmente quando olhamos para aquelas pessoas que parecem ter habilidades sobrenaturais - aquelas que fazem você se lembrar diariamente das suas limitações: as crianças prodígios, por exemplo. A maior de todas as crianças prodígios foi Wolfgang Amadeus Mozart (perto dele, a menina Maysa é amadora). Aos 3 anos, o austríaco começou a tocar piano, aos 5 já compunha, aos 6 se apresentava para o rei da Bavária de olhos vendados, aos 12 terminou sua primeira ópera. Há séculos, ele vem sendo citado como prova absoluta de que talento é uma coisa que vem de nascença para alguns escolhidos. Mas parece que não é bem assim. A vocação de Mozart não apareceu do nada. Seu pai era professor de música e desde cedo dedicou sua vida a educar o filho. Quando criança, Mozart passava boa parte dos dias na frente do piano. As primeiras peças que compôs não eram obras-primas - pelo contrário, contêm muitas repetições e melodias que já existiam. Os críticos de música, aliás, consideram que a primeira obra realmente genial que o austríaco escreveu foi um concerto de 1777, quando o músico já tinha 21 anos de idade. Ou seja, apesar de ter começado muito cedo, Mozart só compôs algo digno de gênio depois de 15 anos de treino.
 
A regra das 10 mil horas
Quer brilhar muito na vida? Passe 10 mil horas praticando. Pelo menos, foi isso que os grandes especialistas de todas as áreas fizeram.
Os genes não determinam o sucesso. Isso é bom, porque quer dizer que basta você se esforçar para melhorar o seu desempenho. E isso é ruim também, porque você depende apenas do seu suor para chegar lá. Suor, no caso, são 10 mil horas. Entenda aqui o tamanho da encrenca:
O mesmo pode ser observado com talentos das mais diversas áreas. Ronaldo, o Fenômeno, tinha de ser arrancado dos campos de futebol quando criança porque não queria fazer nada que não fosse jogar bola. Os técnicos de Michael Jordan se lembram de que o jogador era sempre o primeiro a chegar aos treinos e o último a ir embora. E mesmo Bill Gates, como bom nerd que era, não fez sua fortuna do nada: quando adolescente, ele passou boa parte da sua (não muito agitada) vida programando computadores enfurnado numa sala da Universidade da Califórnia. Ou seja, mesmo aquelas pessoas bem-sucedidas, que parecem esbanjar talento, ralaram muito antes de chegar lá.

Isso faz todo sentido, se considerarmos a nova maneira como os cientistas têm enxergado a influência dos genes na formação de talentos. Aquilo que costumamos chamar de "talento natural para liderança" ou "aptidão nata para os esportes" parece não ter nenhuma relação com o nosso DNA. "Não há nenhuma evidência de que exista uma causa genética para o sucesso ou o talento de alguém", diz Anders Ericsson, professor de psicologia da Universidade da Flórida que há 20 anos estuda por que algumas pessoas são mais bem-sucedidas do que outras. A questão aí reside no fato de os genes (e sua interação com a nossa vida) serem um assunto tremendamente complexo - que dá pesadelos até nos geneticistas mais gabaritados. Já se sabe, por exemplo, que até mesmo traços diretamente ditados pelo DNA, como a cor dos nossos olhos, são definidos por mais de um gene que se relacionam entre si. O que dizer, então, de atributos mais complexos?

Há alguns anos, o fetiche dos laboratórios tem sido relacionar genes a traços de personalidade ou a propensões para desenvolver distúrbios psiquiátricos. O mais famoso deles é o 5-HTTLPR, que em 2003 virou notícia ao ser chamado de o "gene da depressão". Ele previa uma interação com o ambiente: quem tivesse sofrido um trauma pessoal e carregasse o 5-HTTLPR em seu DNA teria também alta probabilidade de ficar deprimido. Muitos outros estudos foram no embalo dessa descoberta, e logo vieram à luz genes que explicavam a ansiedade, o déficit de atenção, a hiperatividade e até a psicopatia. No ano passado, no entanto, uma série de novos estudos virou essas descobertas de ponta-cabeça. Numa revisão que incluiu todas as pesquisas já feitas sobre o gene da depressão, concluiu-se que era impossível concluir que ele influísse na doença. (Isso, sim, é deprimente.) Já com os outros distúrbios, as descobertas foram ainda mais intrigantes. Os mesmos genes que causariam ansiedade, psicopatia, hiperatividade etc. podiam ter os efeitos opostos dependendo do ambiente em que o portador fosse criado. Ou seja, quem carrega esses genes "malditos", mas não passa por traumas, será muito mais ajustado do que quem não tem essas mutações. E o que se conclui disso tudo? Bem, que os cientistas ainda vão quebrar a cabeça por muito tempo. Se não dá nem pra dizer que existe um gene da depressão, como falar, então, do gene da "habilidade-de-driblar-adversários-e-chutar-a-bola-no-gol"? Ou seja, ainda não há consenso entre os cientistas de que exista talento para futebol (ou pra música ou pra gerir uma empresa). Pelo menos, não um ditado pelo DNA.
 
99% transpiração

Em 1992, pesquisadores ingleses e alemães resolveram estudar pessoas talentosas para entender o que as diferenciava dos reles mortais. Para isso, investigaram pianistas profissionais e os compararam com pessoas que tinham apenas começado a estudar, mas desistido. (Pianistas são excelentes cobaias porque seu talento é mensurável: ou eles sabem executar a música ou não sabem). O problema foi que os cientistas não conseguiram achar ninguém com habilidades sobrenaturais entre as 257 pessoas investigadas - todos eram igualmente dotados. A única diferença encontrada entre os dois grupos é que os pianistas fracassados tinham passado muito menos tempo estudando do que os bem-sucedidos. Quer dizer, não é que faltou talento para os amadores virarem mestres - faltou dedicação.

Ok, isso não é novidade. Todo mundo sabe que a prática leva à perfeição. A novidade é que, pela primeira vez, cientistas conseguiram medir o tempo necessário de estudo para alguém se destacar internacionalmente em alguma área: 10 mil horas. Foi a esse número que o especialista em sucesso Anders Ericsson chegou depois de observar os grandes talentos das mais diversas áreas. Todo mundo que foi alguém, ele concluiu, do campeão de xadrez Kasparov ao Steve Jobs, ficou esse tempo todo aperfeiçoando seu ofício. E não estamos falando de exercícios leves. O que realmente faz alguém ficar bom em algo é treino duro, dolorido, no limite do executável. No fim das contas, é treino tão difícil que modifica seu cérebro. (Só para constar: estima-se que aos 6 anos Mozart já tivesse estudado piano durante 3 500 horas. Quer dizer, ele não era talentoso, era assustadoramente dedicado.)

É aí que está a chave do sucesso: no cérebro (pra variar). Nosso cérebro é formado por duas partes principais: a massa cinzenta (os neurônios) e a massa branca. Durante muito tempo, acreditamos que a capacidade cerebral estava escondida nos neurônios. Nos últimos 5 anos, no entanto, neurologistas e psiquiatras resolveram estudar a massa branca, que até então era ignorada. O que eles descobriram mudou a maneira de entender as habilidades.

A massa branca é formada principalmente por mielina, um tipo de gordura que envolve os axônios (aquele rabinho comprido que todo neurônio tem). Ela serve de isolante para os impulsos elétricos que percorrem o cérebro. Sempre se soube que a mielina estava distribuída de forma irregular ao redor dos neurônios, mas só agora descobriu-se por quê. Ela é depositada sobre as células nervosas com o intuito de melhorar a condução da eletricidade. A distribuição desigual serve para deixar os impulsos elétricos mais precisos - para chegarem ao mesmo tempo nos neurônios, por exemplo (veja no quadro abaixo). À medida que os impulsos elétricos se tornam precisos, eles coordenam melhor os nossos movimentos e pensamentos. Isso vale para qualquer tipo de ação: de jogar basquete a entender física quântica ou falar em público. "Quando você pratica algo, a mielina se deposita e os sinais entre as sinapses vão ficando mais eficientes. A mielinização leva à perfeição", diz George Bartzokis, professor de psiquiatria da Universidade da Califórnia, maior especialista do assunto no mundo. Esse processo é tão importante que até um bebê recém-nascido só abre os olhos depois que a mielina em seu cérebro se depositou nos lugares certos. Da mesma forma, afirma Bartzokis, um idoso perde sua mobilidade não porque seus músculos se atrofiaram, mas porque a mielina do cérebro decaiu.

Pane no sistema

Para a mielinização ser mais eficiente, é preciso errar muito e sempre. Você já deve ter sentido isso na pele. Quando cai da bicicleta ou leva uma bronca do seu chefe por causa de um relatório malfeito, você vai se esforçar em dobro para o escorregão não acontecer de novo. "Se você sempre repetir aquilo que já sabe, não há evolução. O ideal é falhar tentando algo novo e mais difícil", diz Anders Ericsson. É nessa condição que a mielina é mais eficientemente espalhada pelo cérebro. Os que erram - e treinam mais - são também recompensados. Isso é visível em ressonâncias magnéticas. Músicos, escritores e crianças que tiram nota alta têm muito mais massa branca do que seus pares "comuns". Quem, aliás, era recordista em massa branca era Einstein. Quando o cérebro do físico foi dissecado, notou-se, entre outras coisas, uma quantidade anormal de mielina. "Quem nunca errou nunca fez nada de novo", dizia ele.

Na teoria, a mielina é muito linda: ela recompensa quem se esforça e qualquer um pode ser bem-sucedido. Mas, como tudo na vida, há algumas limitações (ou você acreditava realmente que poderia ser como o Kaká?). O auge da mielinização acontece durante a infância, quando toda forma de atividade é novidade e tem de ser aprendida: de abrir os olhos a usar os talheres. Até os 30 anos, ela continua em alta escala - e é justamente quando se aprendem novas habilidades com facilidade. Até os 50, a mielina ainda pode ser ajustada em direção a um ou outro aprendizado. Depois disso, infelizmente, as perdas são maiores que os ganhos. A mielinização continua, mas para preservar as aptidões já adquiridas. Ou seja, a má notícia é que, se você quisesse ter sido o Kaká, deveria ter começado cedo. Já a boa é que, se você se contenta em apenas melhorar o seu trabalho para ser promovido, há tempo de sobra.

Além da idade, há algumas limitações sérias. Há cérebros mais preparados para mielinizar do que outros. Por exemplo, quem não consegue metabolizar apolipoproteínas já sai perdendo. Elas são proteínas que se ligam às gorduras (o colesterol, principalmente) e têm grande influência na produção de mielina. (Mielina tem muito colesterol. Por isso, se você andava cortando o ovo com medo de problemas cardíacos, pense que isso pode estar emburrecendo você. Não é à toa também que médicos ultimamente têm receitado ovo para pacientes com Alzheimer - ele parece influir nas habilidades do cérebro.) Essa disfunção pode ser detectada numa análise genética, mas, adivinhe só, como tudo que envolve genes, ainda não está esclarecida.

Tem que lutar, não se abater
Se treino é responsável por boa parte do sucesso das pessoas que chegaram ao ponto mais alto do pódio (outros fatores virão), é preciso entender o que as levou a se esforçar tanto. Quem passa 10 mil horas da vida se dedicando a qualquer coisa que seja tem pelo menos uma característica muito ressaltada: o autocontrole. É ele que permite que a pessoa não se lembre que seria muito mais legal dormir ou estar no bar do que trabalhando. O teste do marshmallow, feito na Universidade Stanford na década de 1960, é o melhor exemplo que se tem sobre a ocorrência de autocontrole. Psicólogos ofereciam a crianças um grande marshmallow e davam a elas a opção de comê-lo imediatamente ou esperar um tempinho enquanto os psicólogos saíssem da sala. Se as crianças esperassem, ganhariam de recompensa um segundo marshmallow. Apenas um terço das crianças aguentava esperar, o resto comia o doce afoitamente. (Há um vídeo na internet desse teste feito nos dias de hoje. As imagens das crianças tentando resistir à tentação são de partir o coração.) Depois, os pesquisadores acompanharam o desempenho dessas crianças nas décadas seguintes. Aquelas que haviam esperado pelo segundo doce tinham tirado notas mais altas no vestibular e tinham mais amigos. Depois de anos estudando esse grupo de voluntários, concluiu-se que a capacidade de manter o autocontrole previa com muito mais precisão a ocorrência de sucesso e ajustamento - era mais eficiente do que QI ou condição social, por exemplo. Por isso, tente sempre atrasar as gratificações - passe vontade e não faça sempre o que der na telha: o segredo para o sucesso pode estar aí.

A questão agora é entender por que algumas pessoas abrem mão do prazer imediato em troca do trabalho duro, e por que outras preferem sempre sair mais cedo do escritório. O processo mental, na verdade, é muito simples: para ter autocontrole, é preciso não ficar pensando na tentação e focar naquilo que é realmente importante no momento - por exemplo, terminar o serviço. É possível que esses traços tenham uma origem genética, mas é mais provável que a diferença esteja em outro ponto importante para entender o sucesso: motivação. Quem está motivado para ganhar uma medalha olímpica ou fazer um bom trabalho também abre mão da soneca da tarde com mais facilidade.
Motivação e ambição são um negócio meio misterioso, na verdade. Não funciona para todos da mesma maneira. "A maioria das pessoas sonha com um emprego estável, um salário aceitável, um chefe legal. Nem todo mundo tem ambição e quer crescer o tempo todo", diz Marcelo Ribeiro, professor do departamento de psicologia social e do trabalho da USP. Evolucionariamente, isso também faz todo o sentido. Durante séculos de seleção natural, alguns poucos ambiciosos foram escolhidos para conquistar os melhores pares, os maiores pedaços de comida e os cargos de liderança. Infelizmente, toda essa fartura não pode ir para todos - e a maioria teve de aprender a se satisfazer com o pouco que sobrou.

Dinheiro também não é a solução para todos os problemas. Nem sempre ele funciona como um bom motivador. (Não deixe seu chefe ler isso, se você estiver querendo um aumento.) Num estudo da Universidade Clark, nos EUA, que testava a capacidade de voluntários de resolver problemas de lógica, o dinheiro só atrapalhou. Aqueles que eram recompensados financeiramente para chegar à solução levavam muito mais tempo para resolver o problema. Os outros, sem a pressão do dinheiro, se deram melhor. Em muitos casos, acreditar que você está fazendo algo relevante é mais eficiente para motivação do que um salário mais rechonchudo. Não é à toa, então, que empresas que esperam resultados inovadores têm horários e cobranças flexíveis - para esses funcionários, fazer a diferença e a ilusão de independência valem mais do que ganhar bem. "O desejo de atribuir significado ao nosso trabalho é uma parte inata e inflexível da nossa composição. É pelo fato de sermos animais concentrados no significado que podemos pensar em nos render a uma carreira ajudando a levar água potável à Malaui rural", escreve o filósofo pop francês Alain de Botton, em seu livro Os Prazeres e Desprazeres do Trabalho.

Agulha no palheiro

Christopher Langan e Robert Oppenheimer eram dois americanos de QI sobre-humano (o de Christopher é um dos maiores de que se tem notícia: 195. O QI de Einstein, por exemplo, era 150). Christopher aprendeu a ler sozinho aos 3 anos, aos 15 desenhava retratos tão realistas que pareciam fotografias, aos 16 gabaritou o vestibular e perto dos 20 decidiu dedicar sua vida à física teórica. Já Robert fazia experimentos químicos complexos aos 8 anos de idade, aos 9 já falava grego e latim e aos 22 tinha concluído seu doutorado, com passagens pelas Universidades Harvard e de Cambridge. Os dois, além de gênios, eram esforçados e passaram a juventude enfurnados em livros - alcançaram facilmente a marca das 10 mil horas de estudo. Robert virou um dos físicos mais importantes do século 20 e ficou conhecido como o "pai da bomba atômica", pois liderou o time que desenvolveu a arma durante a 2ª Guerra Mundial. Já Christopher fracassou. Largou a faculdade em pouco mais de um ano. Trabalhou como garçom, operário da construção civil e zelador. Hoje, vive enfurnado em casa, sozinho, tentando elaborar uma teoria geral que explique o Universo inteiro. O que foi que deu errado com Christopher?
É duro dizer, mas sucesso depende também de uma boa quantidade de sorte. Estar na hora e lugar certos é muito importante - às vezes até mais do que as horas de treino. Christopher Langan, por exemplo, nasceu em uma família pobre. Chegou à faculdade porque ganhou uma bolsa de estudo. Mas teve de largar as aulas depois de perdê-la, porque sua mãe, que nunca acompanhou ou incentivou seus estudos, esqueceu-se de renovar o contrato que daria ao filho mais um ano de estudos grátis. Sim, ele deu muito azar. Não por causa da mãe desleixada - mas porque nasceu em uma família desestruturada. Um estudo feito na Universidade do Kansas mostrou que crianças que crescem em classes sociais mais baixas ouvem, em média, 32 milhões de palavras a menos nos primeiros 4 anos de vida do que seus colegas abastados (sim, alguém contou). Além disso, elas são expostas a um vocabulário menos variado e não são incluídas nas conversas "de adulto". Isso pode não ter consequências diretas na inteligência das crianças, mas tem na maneira como elas se relacionam com as pessoas.

Ter habilidade social, aliás, é fator determinante para ser bem-sucedido. E é esse o elemento que foge das estatísticas da ciência. Em áreas em que os mais talentosos são sempre recompensados, como nos esportes ou na música, a regra das 10 mil horas e a importância da persistência fazem sempre sentido. Mas, em ambientes onde a competição é velada, como nos escritórios, o talento pode facilmente ficar em segundo plano - e perder importância para o tête-à-tête, as famosas afinidades. "A personalidade de uma pessoa afeta não só a escolha do trabalho mas, mais importante, quão bem-sucedida ela vai ser na carreira", diz Timothy Judge, especialista em carreira e personalidade da Universidade da Flórida. Timothy revisou 3 estudos longitudinais de personalidade que acompanharam a carreira de mais de 500 pessoas e chegou a conclusões interessantes. Pessoas autoconscientes, racionais e que pensam antes de agir costumam ganhar mais e subir mais cargos. Já quem é extrovertido e emocionalmente estável é mais feliz. Para o pesquisador, depois de anos observando as pesquisas, subir de status pode ser importante, mas o fator mais determinante para o sucesso ainda é sentir-se realizado. "Se a pessoa está infeliz no trabalho, tem de descobrir o que está atrapalhando. Senão o sucesso não vem mesmo."

A fórmula do sucesso

 
Virados para a lua
Infelizmente, nem tudo que ronda o sucesso depende só de você. Um tanto de sorte é necessário para se dar bem na vida. Veja dois exemplos em que fatores que fogem do seu alcance podem fazer toda a diferença.

Berços de excelência
Há alguns ambientes em que tudo acontece ao mesmo tempo e surgem grandes oportunidades de sucesso. Foi o caso da Inglaterra nos anos 60, bem no início do rock, quando dezenas de boas bandas, dos Beatles aos Beach Boys, conquistaram o mundo. Ou do Vale do Silício na década de 1980, quando Bill Gates, Steve Jobs e Paul Allen aproveitaram o começo da computação para criar suas empresas e faturar milhões. É questão de sorte, mas procure sempre estar no lugar em que as coisas estão acontecendo.

Dias especiais
O dia do nascimento também pode interferir no sucesso (e não tem nada a ver com horóscopo). É comum que num mesmo ano letivo estudem crianças que nasceram no 1º semestre e outras que nasceram no 2º semestre do ano anterior. As que nasceram no ano anterior, entraram na escola um pouco mais velhas. Essa diferençazinha vira uma grande vantagem quando se trata de crianças pequenas. Os mais velhos terão a coordenação motora e o desenvolvimento intelectual mais adiantados do que os outros.
 
Para saber mais
Os Prazeres e Desprazeres do Trabalho
Alain de Botton, Rocco, 2009.
Fora de Série - Outliers
Malcolm Gladwell, Sextante, 2008.
O Código do Talento
Daniel Coyle, Agir, 2010.
The Genius in All of Us
David Shenk, Doubleday, 2010.

domingo, 5 de outubro de 2014

Lógica da baixa autoestima

Quando questionado sobre o motivo pelo qual não se gosta, aqueles que possuem baixa autoestima costumam alegar que não sabem bem o motivo ou dão respostas muito genéricas e imprecisas do tipo:
  • Eu sou feio (a)
  • Sou chato (a)
  • Sou burro (a)

A baixa autoestima tem sempre uma razão bem clara e definida, porém você prefere escondê-la  até de si mesmo, dentro do seu inconsciente. Contudo se esse motivo for trazido para fora poderemos analisá-lo e verificar se ele tem sentido ou não e se é possível resolvê-lo:

"Eu sempre sou a amiga feia"
Me acho feio por possuir uma característica física que eu não gosto – Não será possível fazer um tratamento específico para isso? Onde encontrar esse tratamento? Quanto custa? Como conseguir essa quantia? É possível fazê-lo gratuitamente ou a preço de custo no SUS, ONG ou por uma Clínica escola de alguma faculdade?

Me acho chato por não ter assunto para conversar com as pessoas – Existem livros, curso ou sites que ensinem como conversar com as pessoas? E se eu me mantiver informado sobre os assuntos do momento terei mais sobre o que conversar? Não existem pessoas que compartilham os mesmos interesses que eu?

"Minhas inseguranças poderiam me comer vivo"
Me sinto burro por não entender sobre as coisas que meus amigos falam – Já leu os livros, assistiu aos filmes e escutou as musicas que eles gostam? Se tiver acesso às mesmas informações que eles tiveram certamente conseguirá entendê-los melhor.



sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Autossabotagem: quais âncoras impedem o seu crescimento?

por Andre Lima


"As células do seu corpo reagem a tudo o que sua mente diz.
Negatividade baixa seu sistema imunológico"
Nesses dias um grande amigo meu fez o que muitos podem considerar uma loucura sem tamanho. Ele pediu exoneração de um cargo público onde ganhava um salário mensal de 20 mil reais. Sua esposa registrou em vídeo o momento em que ele, emocionado, assinou a carta pedindo exoneração.
Mas, afinal, por que alguém faria isso? Ele lutou por anos pra ter esse emprego. Saiu de uma situação financeira muito difícil e finalmente conseguiu dar conforto pra ele e sua família. Ao contrário do que se possa pensar, ele não está maluco. Pelo contrário, acho que ele nunca esteve tão lúcido ao tomar essa decisão.
Apesar de ter passado nesse concurso, essa não era sua verdadeira vocação. Ele trabalha como coach. Para quem não conhece essa profissão, o coach é um profissional preparado, que conhece várias ferramentas de desenvolvimento pessoal para ajudar seus clientes a atingirem determinados objetivos que eles desejam. Desde emagrecer até melhorar a vida profissional. Trabalhar como coach é a verdadeira paixão da sua vida.

Ele já vinha crescendo nesse caminho, em paralelo ao emprego público, mas queria se dedicar integralmente.
Na gravação desse vídeo, ele fez a seguinte analogia: a âncora tem apenas 10% do peso do barco mas é ela que o impede de sair por aí livremente. Esse emprego era a sua âncora que sabotava o seu crescimento. Ele cortou a corrente e agora conquistou sua liberdade.
Imagine o que ele ouviu de muitos: "Você é louco! Trocar o certo pelo duvidoso. eu jamais faria isso.". Só que ele já atingiu um nível de maturidade e confiança onde ele tem a certeza de que terá muito mais realização pessoal, além de mais sucesso profissional e financeiro, fazendo aquilo que ele verdadeiramente ama fazer. Loucura é ficar preso num emprego sem prazer, sem paixão, tornando a vida triste todos os dias. Isso leva muitos a adoecer e morrer lentamente.

Todos nós temos ou já tivemos algumas âncoras sabotadoras. E não é só no lado profissional. Às vezes, é um relacionamento desgastado que arrastamos por anos. Amizades que não valem a pena. A âncora que segura a sua vida pode ser o fato de ficar na casa dos pais e não se mudar, não ter o seu próprio lugar. Pode ser ainda o apego a algum lugar que você sabe que poderia se mudar e crescer. Até mesmo hábitos nocivos à saúde podem ser âncoras que não queremos abandonar. O que existe em comum em todas as âncoras é o fato de que as mantemos pelo medo de sair da nossa zona de conforto.

Tem âncoras que são bem pesadas e causam muito sofrimento. Mas o medo de deixá-las e ir de encontro ao novo, ao desconhecido, é maior do que o desconforto do sofrimento que ela nos causa. Eu passei um tempão sofrendo com uma empresa de engenharia que eu tive até o ano de 2006. Além de ter descoberto que aquilo ali não era a minha vocação verdadeira e que jamais me realizaria naquele negócio, a empresa ia de mal a pior no aspecto financeiro. Isso me causava muita angústia, ansiedade e me levou até a desenvolver uma depressão. Eu demorei um certo tempo para amadurecer. Até que um belo dia eu simplesmente tomei a decisão de largar essa âncora pesada que estava me afundando. A partir daí, comecei do zero a trabalhar em tempo integral com autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, ensinando a técnica da EFT (técnica para autolimpeza emocional, baixe o manual gratuito aqui).

A âncora do meu amigo aparentemente era algo bem confortável, já que lhe trazia uma boa renda e uma sensação de estabilidade. Mas no fundo estava impedindo que ele desenvolvesse o seu pleno potencial e pudesse abraçar sua missão de vida. Deixar de seguir a nossa verdadeira vocação sempre traz frustração e sofrimento, portanto, não é tão confortável assim.
O que nos impede de largar as âncoras são os nosso medos, crenças limitantes, problemas de autoestima e vários tipos de sentimentos negativos. Por isso nos sabotamos para não largar o que temos agora, como uma forma de autoproteção.

Na época em que passei por essa mudança, eu ouvia muito dizer que essa área de terapias e trabalhos holísticos era difícil de se conseguir sucesso profissional e financeiro e poder ter uma vida confortável.
Entretanto, como eu vinha em um intenso processo de me libertar desses medos e crenças, consegui fazer a transição de forma satisfatória. Libertei-me dos processos de autossabotagem que eram o reflexo de toda a negatividade que eu guardava e parti pra ação.
Com a mudança interior, mudou a minha forma de pensar e agir. Minhas escolhas ficaram melhores. Minha intuição pra seguir o meu caminho melhorou. Além, disso, passei a atrair com mais facilidade o que eu precisava para crescer. E, com bastante dedicação, consegui uma nível de realização profissional e financeira que parecia impossível pra mim nos tempos que eu atuava como engenheiro.

O meu trabalho hoje é ajudar as pessoas a liberar seus pensamentos, crenças e sentimentos negativos pra que elas possam largar suas âncoras e fazerem escolhas melhores. Por isso eu me empenho tanto em ensinar a EFT, pois essa ferramenta tem um poder enorme de curar a negatividade que nós carregamos. Muitas vezes nós até temos consciência dos nossos medos e crenças, só que não conseguimos nos libertar deles. Dessa forma, eles ficam agindo no nosso inconsciente gerando processos de autossabotagem, interferindo totalmente nas nossas escolhas. Com aEFT conseguimos ir fundo na raiz do problema, liberando essas amarras emocionais, o que promove uma mudança rápida nos padrões de sentimentos, pensamentos e comportamentos.

André Lima

*EFT - Emotional Freedom Techniques - Técnica que ensina a desbloquear a energia estagnada nos meridianos, de forma fácil, rápida e extremamente eficaz, proporcionando a cura para questões físicas e emocionais. Você mesmo pode se autoaplicar o método. Para receber manual gratuito da técnica e já começar a se beneficiar, acesse este link

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Curta sobre suicídio, The Jump

"Ed uma longa caminhada em uma ponte e tem uma batalha sobre o seu destino com o seu pior inimigo - seus próprios pensamentos. A história é uma alegoria do id, o ego e o super-ego. O filme é para qualquer um pensou em suicídio e sobreviveu para contar a história.
 
Este é um clipe do filme. Embora eu hesite em colocá-la na internet, porque o filme foi concebido para acender a conversação em cima da visão. Para cada exibição do filme, a música é despojado da trilha sonora e executada ao vivo por um artista. O filme também é acompanhada por uma discussão sobre a saúde mental e suicídio.
 
JUMP - Um filme para qualquer um que  olhou suicídio no rosto e sobreviveu para contar a história." 
 
 
créditos
Diretor / Produtor Executivo - Eric Larkin
Produtor - Ashley Larkin
Produtor - Aisha Jabour
Ator (Ed) - Tim Wardel
Ator (Pensamento) - Johan Kahlilian
Editor - BettJo Moore



quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Experimento mostra a rejeição que as mulheres gordas sofrem

Hypeness

Morena, bonita, em boa forma e interessante. Você deu um coração e o match aconteceu. A conversa foi natural e agradável e o próximo passo, óbvio, seria marcar um encontro. Você escolhe sua melhor camisa e vai encontrar a gatinha do Tinder. Mas na hora de encontrá-la, a surpresa: ela é bem mais gorda do que na foto.
Esse foi o experimento social realizado pelo pessoal do Simple Pickup, que ficou curioso em saber como as pessoas reagem à inversão de expectativas durante um encontro amoroso. Na brincadeira, a mesma modelo das fotos do Tinder passou por uma “maquiagem de engorda”, em que ganhou alguns quilinhos falsos. O mesmo foi feito com um modelo do sexo masculino e os encontros foram gravados com o auxílio de câmeras escondidas.
Ao encontrarem a mulher mais gorda do que nas fotos, os homens sequer disfarçaram a surpresa e fizeram perguntas indiscretas como “de quando era aquela foto?”. Com desculpas de “eu sou casado” a “eu preciso ir ao banheiro”, apenas um deles não se intimidou e continuou normalmente com a conversa.
No caso dos homens, a história foi diferente. Embora muitas tenham notado a diferença física para as fotos postadas, elas não se importaram. A conversa com todas rendeu normalmente e uma das moças chegou a beijar o modelo em sua versão gorda.
Ao terminar de assistir aos vídeos, volta à cabeça a primeira frase dita pelos organizadores do experimento: “o maior medo de uma mulher ao participar de aplicativos online de encontros é que ela vá se encontrar com um serial killer. O maior medo dos homens é que a mulher seja gorda.”E não é preciso ser muito esperto para saber que há algo de errado nisso.

Mulher gorda



Homem gordo